Agora trabalho com todo o empenho e gosto do que faço

Uma taxista de Taipei

Entre todos os passageiros que transportei ontem, chamou-me a atenção uma que vim a saber ser católica. Quando entrou no meu táxi, viu a imagem de Nossa Senhora que tenho sempre comigo e perguntou-me com curiosidade: “a senhora é católica?”.

Sim, respondi, e a senhora?

“Eu era, mas agora sou uma simples “católica de Natal”, porque vou à Santa Missa apenas uma ou duas vezes no ano”, disse ela. “Acredito que Deus colocou uma semente no coração de toda a gente, e que cada pessoa tem a sua própria vida. Só Deus sabe quando essa semente germinará”. Então contei-lhe a minha própria história. “Há quatro ou cinco anos transportei uma professora acompanhada da mãe a um cemitério. Iam proceder a trasladação de um antigo empregado. Tinha-o sido durante muito tempo e acompanhara a família para Taiwan durante o golpe de estado comunista da China continental em 1949. Como foram minhas clientes por várias vezes até terminarem o trabalho, fizemo-nos amigas. Graças à admiração que cheguei a sentir pelas qualidades daquelas mulheres, converti-me ao catolicismo”.

Quando a cliente chegou ao seu destino, disse-me que desejaria participar na Santa Missa todas as semanas junto com a família.

Costumo colocar estampas de S. Josemaria na parte posterior do assento do condutor, a fim de os passageiros poderem retirar uma, se assim o desejarem. Sinto-me segura e feliz no meu trabalho tendo S. Josemaria na minha companhia. As pessoas perguntam-me sempre “O que é o Opus Dei?” E eu respondo-lhes que é uma instituição da Igreja Católica, que tem como finalidade ajudar as pessoas a esforçarem-se por fazer bem o seu trabalho e adquirir virtudes na sua vida do dia a dia.

Quando era nova, pensava que precisava de fazer tudo o que pudesse para ganhar dinheiro. Precisava de cuidar da família, da casa e conciliar de forma correta as minhas diversas funções como esposa, como mãe, como filha. Agora sou taxista. Desde que conheço o Opus Dei, interesso-me muito pelo meu trabalho. Tenho um pensamento para Deus antes de começar para lhe pedir que sempre me ampare. Falo de Deus quando conheço alguém. Trabalho com todo o empenho e ofereço o meu trabalho sem pensar que é uma coisa aborrecida.

Claro que a maioria dos passageiros não são católicos. Por várias vezes perguntam-me qual a diferença entre acreditar e não acreditar numa religião. E eu sempre explico que a gente sabe que tem de existir Alguém que governa o universo e que eu me sinto orgulhosa por o ter encontrado.

Certo dia conduzi um passageiro da Universidade católica de Fu Jen para Ji Iin Road. Durante o caminho não me apercebi de quem era e ele limitava-se a ouvir-me tranquilamente. Quando chegamos ao destino reparei que ia para uma igreja. Então disse-me: “Tem muita sorte porque pode falar de Deus durante todo o dia. Como sou sacerdote, a maior parte das pessoas com quem lido é católica”. Isto trouxe-me à lembrança que, no dia do meu Batismo, o sacerdote me disse o mesmo: que eu podia falar mais vezes às pessoas de Deus num só dia que ele numa semana, se aproveitasse todas as oportunidades que se me apresentassem no meu trabalho. É por isso que agradeço a Deus por me ter permitido conhecer o Opus Dei que encheu a minha vida e o meu trabalho de sentido e me ajudou a descobrir como tornar felizes os que me rodeiam.