Cidadãos que valorizam o amor

O casamento é uma etapa tão importante que requer uma preparação muito cuidada, vivendo com empenho os conselhos que São Josemaria repetia aos jovens que se decidiam por esse caminho.

A aventura continua a ser bela também hoje, quando os que pensam ou se decidem enveredar pelo caminho do casamento são assaltados por mil e uma dúvidas: será mesmo amor? Será amor para sempre? Como ter a certeza? E se se me deparam dificuldades? Por que razão tantos casamentos falham? A aventura continua a ser bela porque está em causa descobrir o amor autêntico. Mons. Escrivá costumava aconselhar - que, “ao procurar namorada pensa que ela poderá vir a ser a mãe dos teus filhos”, por conseguinte, “olha para ela sempre como uma pessoa que merece todo o respeito” (Cf. Entrevistas com Mons. Escrivá, n. 105 e 121).

Foi assim que um grupo de amigos começou um ciclo de encontros num bar de Roma onde gente jovem se encontra normalmente para ouvir jazz, e beber uma cerveja; e num lugar como esse, ponto de encontro de muitos, uma pessoa percebe como a mensagem de São Josemaria está ao alcance de todos. Nos encontros participaram rapazes e moças perplexos ante os tópicos da nossa sociedade: “Vale a pena casar-se ou não?”, e muitos se deram conta de que uma relação de amor sincero é exigente: uma santa exigência (Cf. Caminho, n. 387), que pode parecer uma 'intransigência' ao dizer alguns 'nãos' ao próprio namorado - por respeito ao corpo, à sexualidade e ao projeto de Deus - mas que tem sentido para poder dizer depois um sim definitivo que conduzirá a uma grande riqueza.

Nesse grupo de amigos tentamos desmontar as questões mais difundidas que nos dias de hoje tornam particularmente difícil criar uma relação homem-mulher que conduza a um casamento feliz. Intervieram alguns relatores que conhecem e vivem os ensinamentos de São Josemaria, por exemplo, um psiquiatra - casado há vários anos - que ajuda os casais com dificuldades para superar os obstáculos, um psicólogo que favorece o diálogo entre os casais, etc.

Todos os conselhos de Mons. Escrivá são factíveis e são, sem dúvida, um auxílio precioso para que não se perca a beleza de uma relação de amor, mesmo já no namoro, vivido como um "tempo especial" de preparação - quando existem princípios - para um bom casamento.

Muitos compreenderam que é necessário vencer os temores, ter a valentia de enfrentar com seriedade as escolhas fundamentais da vida (o casamento), sendo ainda namorados, e alguns se casaram, outros mudaram de rumo e muitos outros - aparentemente - não fizeram nada, mas continuam a pensar nos assuntos debatidos e a pedir para que sejam aprofundados.

Vivendo o namoro nesta perspectiva colocamos bases sólidas para construir um casamento forte, capaz de ultrapassar os embates inevitáveis que a vida nos apresentará ao longo dos anos. Só assim poderemos responder ao projeto que um "Deus louco... louco de Amor” (Via Sacra, n. 6) tem para cada um de nós.

Devemos ter confiança em que a realidade do amor humano vivido desde o namoro também pode ser santificado. Devemos reagir, como nos ensina São Josemaria, face aos erros do nosso tempo, à propaganda falsa - que os meios de comunicação nos propõem todos os dias -, de uma sexualidade vivida fora da doação matrimonial, que ao fim e ao cabo agride e acarreta tantas feridas a toda a sociedade. Será que estou a apresentar um ideal para além das possibilidades humanas? Sós, sozinhos com as nossas próprias forças, não poderemos consegui-lo, mas através da intimidade com Nosso Senhor na oração e nos sacramentos, podemos levantar-nos nos momentos nebulosos, de dificuldades devidas às nossas quedas inevitáveis de homens frágeis.

À nossa Mãe, a Virgem Maria, Mãe do amor formoso, podemos pedir-lhe, com a certeza de sermos escutados, que nos obtenha o dom de uma vida santa e limpa. E agradeço a São Josemaria o ter-me tornado acessível, com os seus ensinamentos eficazes, a doutrina da Igreja sobre o amor humano no namoro e ter-me dado a confiança necessária para dar a conhecer estas verdades a tantos amigos. Por tudo isto me sinto muito contente e, agora, casado desde há pouco, aprecio já os frutos.

Vittorio Gervasi, Roma, Itália