Misericórdia e conversão

O Papa Francisco lembrava que “Jesus insiste ainda mais sobre a dimensão interior da conversão. Com efeito, nela está comprometida a pessoa inteira, coração e mente, para se tornar uma criatura nova, uma pessoa renovada. Quem transforma o coração renova-se”. Apresentamos alguns textos de S. Josemaria que podem ser úteis para rezar sobre este tema.

O Papa lembrava que “Jesus insiste ainda mais sobre a dimensão interior da conversão. Com efeito, nela está comprometida a pessoa inteira, coração e mente, para se tornar uma criatura nova, uma pessoa renovada. Quem transforma o coração renova-se”.

Apresentamos alguns textos de S. Josemaria que podem ser úteis para rezar sobre este tema.

A autêntica conversão dá-se quando experimentamos em nós o amor de Deus e acolhemos o dom da sua misericórdia

Texto da audiência de 18 de junho de 2016

Depois da sua Ressurreição, Jesus apareceu várias vezes aos discípulos, antes de se elevar à glória do Pai. O trecho do Evangelho que há pouco ouvimos narra uma destas aparições, na qual o Senhor indica o conteúdo fundamental da pregação que os apóstolos deverão transmitir ao mundo. Podemos resumi-la com estas duas palavras: «conversão» e «perdão dos pecados». Trata-se de dois aspectos qualificadores da misericórdia de Deus que, com amor, cuida de nós. Hoje, tenhamos em consideração a conversão.

Jesus fez da conversão a primeira palavra da sua pregação: «Convertei-vos e crede no Evangelho». É com este anúncio que Ele se apresenta ao povo, pedindo-lhe que aceite a sua palavra como a última e definitiva que o Pai dirige à humanidade. No que se refere à pregação dos profetas, Jesus insiste ainda mais sobre a dimensão interior da conversão. Com efeito, nela está comprometida a pessoa inteira, coração e mente, para se tornar uma criatura nova, uma pessoa renovada. Quem transforma o coração renova-se.

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Textos de São Josemaria para meditar

Voltar de novo a Deus

Nunca desesperes. Morto e corrompido estava Lázaro: "Jam foetet, quatriduanus est enim" - já fede, porque há quatro dias que está enterrado, diz Marta a Jesus. Se ouvires a inspiração de Deus e a seguires ("Lazare, veni foras!" - Lázaro, vem para fora!), voltarás à Vida.

Caminho, 719

Aproximar-se um pouco mais de Deus quer dizer estar disposto a uma nova conversão, a uma nova retificação, a escutar atentamente as suas inspirações - os santos desejos que faz brotar em nossas almas - e a pô-los em prática.

Forja, 32

Converte-te agora, quando ainda te sentes jovem... Como é difícil retificar quando a alma envelheceu!

Sulco, 170

Que não volte a repetir-se o que aconteceu no ano passado. - “Como foi o retiro?”, perguntaram-te. E respondestes: “Descansamos muito bem”.

Sulco, 178

Agora! Volta à tua vida nobre agora. Não te deixes enganar: “agora” não é demasiado cedo... nem demasiado tarde.

Caminho, 254

A tua vida interior deve ser isso precisamente: começar... e recomeçar.

Caminho, 292

Se amasses Deus deveras com todo o teu coração, o amor ao próximo - que por vezes te é tão difícil - seria uma consequência necessária do Grande Amor.

- “O senhor disse-me que se pode chegar a ser `outro' Santo Agostinho, depois do meu passado. Não duvido, e hoje mais do que ontem quero esforçar-me por comprová-lo”. Mas tens de cortar valentemente e pela raiz, como o santo bispo de Hipona.

Sulco, 838

A Jesus sempre se vai e se “volta” por Maria.

Caminho, 495

Confia. - Torna. - Invoca Nossa Senhora e serás fiel.

Caminho, 514

Chamados a mudar de vida

A conversão é coisa de um instante. A santificação é obra de toda a vida.

Caminho, 285

Retificar. - Cada dia um pouco. - Eis o teu trabalho constante, se de verdade queres tornar-te santo.

Caminho, 290

Aconselho-te que tentes alguma vez voltar... ao começo da tua “primeira conversão”, coisa que, se não é fazer-se como criança, é muito parecida: na vida espiritual, é preciso deixar-se guiar com inteira confiança, sem medos nem duplicidades; é preciso falar com absoluta clareza daquilo que se tem na cabeça e na alma.

Sulco, 145

Não sejas comodista! Não esperes pelo Ano Novo para tomar resoluções: todos os dias são bons para as decisões boas. "Hodie, nunc!" - Hoje, agora! Costumam ser uns pobres derrotistas aqueles que esperam pelo Ano Novo para começar, porque, além disso, depois... não começam!

Forja, 163

Se cometeste um erro, pequeno ou grande, volta correndo para Deus!
- Saboreia as palavras do salmo: "Cor contritum et humiliatum, Deus, non despicies" - o Senhor jamais desprezará nem se desinteressará de um coração contrito e humilhado.

Forja, 172

Na nossa vida, na vida dos cristãos, a primeira conversão - esse momento único, que cada um de nós recorda, e em que se percebe claramente tudo o que o Senhor nos pede - é importante; mas ainda mais importantes, e mais difíceis, são as sucessivas conversões. E para facilitar o trabalho da graça divina com estas conversões sucessivas, é preciso conservar a alma jovem, invocar o Senhor, saber escutar, descobrir o que vai mal, pedir perdão.

É Cristo que passa, 57

"Nunc coepi!" - agora começo! É o grito da alma apaixonada que, em cada instante, quer tenha sido fiel, quer lhe tenha faltado generosidade, renova o seu desejo de servir - de amar! - o nosso Deus com uma lealdade sem brechas.

Sulco, 161

Antes, sozinho, não podias... - Agora, recorreste à Senhora, e, com Ela, que fácil!

Caminho, 513

Ama a Senhora. E Ela te obterá graça abundante para venceres nesta luta quotidiana. - E de nada servirão ao maldito essas coisas perversas que sobem e sobem, fervendo dentro de ti, até quererem sufocar, com a sua podridão bem cheirosa, os grandes ideais, os mandamentos sublimes que o próprio Cristo pôs em teu coração. - "Serviam!" - Servirei!

Caminho, 493

Outra queda..., e que queda!... Desesperar-te? Não: humilhar-te e recorrer, por Maria, tua Mãe, ao Amor Misericordioso de Jesus. - Um "miserere" e... coração ao alto! - Vamos!, começa de novo.

Caminho, 711

Há alguma coisa na tua vida que não corresponda à tua condição de cristão e que te leve a não quereres purificar-te?
- Examina-te e muda.

Forja, 480

Sair ao encontro do próximo

É verdade que foi pecador. - Mas não faças dele esse juízo inabalável. - Vê se tens entranhas de piedade, e não te esqueças de que ainda pode vir a ser um Agostinho, enquanto tu não passas de um medíocre.

Caminho, 675

Se professamos essa mesma fé, se deveras ambicionamos pôr os pés sobre o trilho nítido que deixaram na terra as pegadas de Cristo, não devemos conformar-nos com a preocupação de evitar aos outros os males que não desejamos para nós mesmos. Isso é muito, mas é pouco, quando compreendemos que a medida do nosso amor se define pelo comportamento de Jesus. Além disso, Ele não nos propõe essa norma de conduta como uma meta longínqua, como o coroamento de toda uma vida de luta. É - deve ser, insisto, para que o traduzas em propósitos concretos - o ponto de partida, porque Nosso Senhor o estabelece como sinal prévio: Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos.

Amigos de Deus, 223

Os filhos de Deus forjam-se na prática desse mandamento novo, aprendem na Igreja a servir e não a ser servidos, e sentem-se com forças para amar a humanidade de um modo novo, em que todos perceberão o fruto da graça de Cristo. O nosso amor não se confunde com a atitude sentimental, nem com a simples camaradagem, nem com o propósito pouco claro de ajudar os outros para provarmos a nós mesmos que somos superiores. É conviver com o próximo, venerar - insisto - a imagem de Deus que há em cada homem, procurando que também ele a contemple, para que saiba dirigir-se a Cristo.

Amigos de Deus, 230

A caridade com o próximo é uma manifestação de amor a Deus. Por isso, não podemos estabelecer limite algum ao nosso esforço por melhorar nessa virtude. Com o Senhor, a única medida é amar sem medida. Por um lado, porque nunca chegaremos a agradecer bastante o que Ele fez por nós; por outro, porque o próprio amor de Deus pelas suas criaturas se revela assim: com excesso, sem cálculo, sem fronteiras.

Amigos de Deus, 232

Se de verdade amasses a Deus com todo o teu coração, o amor ao próximo - que às vezes se torna tão difícil para ti - seria uma conseqüência necessária do Grande Amor. - E não te sentirias inimigo de ninguém, nem farias distinção de pessoas.

Forja, 869

Um propósito firme na amizade: que nos meus pensamentos, nas minhas palavras, nas minhas obras para com o próximo - seja ele quem for -, não me comporte como até agora; quer dizer, que nunca deixe de praticar a caridade, que jamais dê passagem na minha alma à indiferença.

Sulco, 748