Primeira Comunhão de São Josemaria

São Josemaria recorda a sua primeira comunhão como o momento em que Deus se tornou dono da sua alma. Para Bento XVI foi o dia mais alegre da sua vida.

A 23 de abril de 1912, Josemaria Escrivá recebeu Jesus pela primeira vez. Mostra-se aqui como se preparou para esse momento tão importante.

Os pais de São Josemaria preparam esta lembrança para a sua primeira Comunhão. Foi no dia de São Jorge, padroeiro da sua terra, na capela do colégio dos Escolápios de Barbastro. Tinha apenas 10 anos.

Os pais, José e Dolores, ensinaram-lhe o Catecismo. Também um sacerdote escolápio o preparou; ensinou-lhe uma oração que lhe ficou gravada para toda a vida e que depois ensinou a centenas de milhar de pessoas.

"Eu quisera, Senhor, receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que vos recebeu a vossa Santíssima Mãe, com o espírito e o fervor dos santos".

Naquele dia nem tudo correu bem. Como era costume, o barbeiro fez-lhe caracóis no cabelo com uma tenaz aquecida. Mas um descuido causou-lhe uma pequena queimadura.

O pequeno Josemaria não disse nada para não afligir a mãe e ofereceu essa dor a Jesus. Foi um pequeno sacrifício a fim de se preparar para aquele dia tão importante.

Anos mais tarde, contava que quando recebeu a Sagrada Comunhão rezou pelos pais e irmãs, e pediu a Jesus que lhe concedesse não o perder nunca. E assim foi: sempre pensou que naquele dia o Senhor se tornou dono do seu coração.

Curiosamente, Bento XVI pediu a Jesus algo de muito parecido a Jesus no dia da sua Primeira Comunhão. Lembrava-o deste modo durante um encontro com crianças na Praça de São Pedro.

"Recordo bem o dia da minha primeira Comunhão. Foi num lindo domingo de março de 1936; ou seja, há 69 anos. Era um dia de sol; a igreja era bela e bela a música; eram muitas coisas lindas e recordo-as ainda. Éramos uns trinta meninos e meninas da nossa pequena localidade, que tinha apenas cerca de 500 habitantes.

Mas no centro das minhas lembranças alegres e felizes, está este pensamento: Compreendi que Jesus entrava no meu coração. Que vinha até mim.

E, junto com Jesus, o próprio Deus estava comigo. E que era um dom de amor que na realidade valia muito mais que tudo o que se podia receber na vida; e assim senti-me realmente feliz, porque Jesus tinha vindo até mim.

E compreendi que então começava uma nova etapa da minha vida - tinha 9 anos - e que era importante permanecer fiel a esse encontro, a essa Comunhão.

Prometi ao Senhor: "Gostaria de estar sempre contigo" na medida do possível, e pedi-lhe: "Mas, acima de tudo, fica tu sempre comigo".